Arcanos Celestes #3603

Po Emanuel Swedenborg

Proučite ovaj odlomak

  
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3603. ‘E quebrarás o jugo dele de cima do teu pescoço’; que signifique que haverá então conjunção por meio do bem e que o vero pertencerá ao bem, é o que se vê pela significação de ‘quebrar o jugo de cima do pescoço’, que é a libertação. Que pelo ‘pescoço’ seja significado o influxo e a comunicação, e daí a conjunção; e pelo ‘jugo de cima do pescoço’, a obstrução e a interceptação, foi visto (n. 3542); portanto, ‘quebrar o jugo de cima do pescoço’ é a libertação da obstrução e da interceptação, por conseguinte, a conjunção por meio do bem, então o vero torna-se pertencente ao bem, pois, quando não há mais obstrução nem interceptação, o bem influi e se conjunge ao vero.

[2] Pelas coisas que até aqui foram ditas e demonstradas, pode-se ver o modo como essas coisas acontecem; mas porque poucos compreendem o que é a prioridade aparente do vero e a inferioridade do bem durante esse tempo, e isso principalmente por esta razão: porque poucos refletem sobre tais coisas, e que nem sequer se reflete a respeito do bem, se ele é distinto do vero. Também todos eles não sabem o que é o bem, os que vivem a vida do amor de si e do amor do mundo, pois estes não creem que haja outro bem senão o que provém desses dois amores; e como não sabem o que é o bem, também não sabem o que é o vero, pois o vero pertence ao bem. Na realidade, eles sabem, pela revelação, que o bem seja amar a Deus e ao próximo, e que o vero são os doutrinais que são extraídos da Palavra; como, porém, eles não vivem segundo esses doutrinais, eles têm uma percepção nula desse bem e desse vero, mas têm somente cognições separadas do bem e do vero; ainda mais, aqueles mesmos que são regenerados não sabem o que é o bem antes de terem sido regenerados, por isso, antes dessa regeneração, eles imaginavam ser o vero o bem, e que fazer de acordo com o vero fosse fazer o bem, quando todavia o que então eles fazem não é o bem, mas o vero. Quando o homem se acha nesse estado, então ele se acha no estado que é descrito por Jacó, e na bênção dada a ele. Porém, quando chega ao estado para que aja bem a partir da afeição do bem, isto é, quando foi regenerado, então vem ao estado que é descrito na bênção dada a Esaú.

[3] Isso pode ser ilustrado pelas coisas que se manifestam no homem em sua primeira idade e na segunda, e depois na terceira e na quarta. O homem, na primeira idade, não sabe senão de memória apenas as coisas que estão na Palavra; semelhantemente as coisas que estão nos doutrinais da fé, e então ele se crê bom quando conhece um grande número deles, e pode aplicar alguns não à sua vida, mas a dos outros. Na segunda idade, quando ele cresceu mais, ele não está contente de possuir apenas pela memória as coisas que estão na Palavra e as que estão nos doutrinais, mas começa então a refletir sobre elas a partir de seu pensamento, e, tanto quanto pode, lhes acrescenta os seus pensamentos, se isso lhe apraz. Por esse modo ele está na afeição do vero por um certo amor mundano, que também é um meio para que ele aprenda várias coisas que sem isso teriam sido deixadas. Mas na terceira idade, se ele está entre tais que podem ser regenerados, ele começa a pensar a respeito do uso, e então a refletir sobre as coisas que lê na Palavra e haure dos doutrinais por causa do uso. Quando ele se acha nesse estado, a ordem é invertida, a saber, que o vero não é mais assim posto em primeiro lugar. Mas na quarta idade, quando é a idade de sua regeneração, como então o estado é pleno (n. 2636), ele ama a Palavra e os doutrinas que vêm da Palavra, isto é, o vero, por causa do bem da vida, por conseguinte, a partir do bem da vida. Assim fica no lugar anterior o bem, que até este tempo tinha estado aparentemente em lugar posterior.

[4] Que o bem tenha estado aparentemente no lugar posterior, vem isso de que ele estava escondido intimamente em toda a sua afeição, e não pôde se manifestar, porque havia por fora coisas tais com as quais ele não pôde concordar, a saber, coisas vãs e vazias [ou fúteis] , como são as que pertencem à glória do mundo e de si próprio; mas depois que foi regenerado, então essas coisas se retiram, e o bem, que estava escondido intimamente, sai por assim dizer de uma prisão, e influi nas coisas que estão por fora, e faz com que os veros sejam dele, ou seja, que sejam os veros que pertencem ao bem, e assim ele se manifesta.

[5] O bem no homem é, durante esse tempo, como esse involuntário que está em seu voluntário em cada uma das coisas que ele pensa e, daí, em cada uma das coisas que ele faz. O homem não sabe que tem esse involuntário, porque não percebe outra coisa consigo senão o que é seu, isto é, o voluntário. Esse involuntário é duplo, um é seu hereditário que lhe vem do pai e da mãe, e outro influi do Senhor por meio do céu. Quando o homem cresce, então o que lhe vem de seus pais pelo hereditário se manifesta cada vez mais se o homem é tal que não se deixa regenerar, uma vez que é daqui que ele tira os males e que os faz seus ou próprios. Mas o involuntário que influi desde o Senhor por meio do céu se manifesta na idade adulta nos que são regenerados; nestes esse involuntário dispôs e guiou todas e cada uma das coisas do pensamento e também da vontade, embora [isso] não se mostre.

  
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Sociedade Religiosa "A Nova Jerusalém